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2012 - Livro Vermelho 2013

Bathysa cuspidata (A.St.-Hil.) Hook.f. ex K.Schum. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 14-03-2012

Criterio:

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie dependente de medidas de conservação e faz-se necessário estudos de genética, biologia reprodutiva e sistemas reprodutivos a fim de identificar fatores que possam estar causando declínio populacional. Com as informações disponíveis não está ameaçada, devido a ampla distribuição na Mata Atlântica, sem ameaça direta, embora tenha potencial farmacêutico. É auto-compatível e melífera, no entanto não se sabe da interferência de abelhas exóticas sobre a polinização e efeitos da autopolinização sobre depleção genética. É provavelmente extinta no Estado de São Paulo, mas sua distribuição parece ser mais concentrada nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, onde ocorre em diversas unidades de conservação. Área de ocupação conhecida não é uma medida adequada visto que ocorre em ambiente florestal e o número de coletas é, provavelmente, inferior a ocorrência real.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Schizocalyx cuspidatus (A.St.-Hil.) Kainul. & B. Bremer;

Família: Rubiaceae

Sinônimos:

  • > Bathysa cuspidata ;
  • > Cinchona cuspidata ;
  • > Exostema cuspidatum ;
  • > Schoenleinia cuspidata ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita In Benth. et Hook. Gen. Pl. 2:49. 1876; K. Schum., In Martius, Fl. Bras. 6(6): 237. 1889. Distinta das demais pelas folhas muito grandes, membranáceas, verde-amareladas, estípulas grandes, caducas, conatas, que se abrem somente por uma das margens; suas flores são sempre 5-meras, brancas, com corola infundibuliforme (Germano Filho, 2007). O epíteto específico origina-se do latim cuspidatus, que significa dotado de cúspide ou ponta, referindo-se ao ápice das folhas. Nomes vulgares: "Quina-cinzenta", "Quina-do-mato" (Germano Filho, 1999).

Potêncial valor econômico

Espécie utilizada para fins medicinais (Germano Filho, 1999).

Dados populacionais

Segundo Soares (2005) esta espécie apresentou um total de 14 indivíduos numa área de 0,344ha, em uma região de floresta atlântica interiorana em Araponga, estado de Minas Gerais. Thomas et al. (2009) aponta 3 indivíduos numa área basal de 42,2m² amostrada numa área transacional de floresta atlântica no sul da Bahia.

Distribuição

Espécie ocorre nos estados da Bahia, região serrana de Minas Gerais e Espírito Santo, na Serra do Mar em São Paulo e Rio de Janeiro, também no estado de Goiás (Germano Filho, 1999; 2012); entre 50-1000m de altitude (CNCFlora, 2011).

Ecologia

Caracteriza-se por arbustos ou arvoretas de até 6m de altura; floresce de Abril a Julho, e frutifica de Julho a Maio (Germano Filho, 1999); espécie auto-compatível (Andrich, 2008).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Vivemno entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, osquais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço,seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua áreaoriginal, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça deextinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismopredatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porqueexiste pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pelaespeculação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar florestaem área agrícola (Simões; Lino, 2003).

1.1 Agriculture
Detalhes Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf eMelinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagensplantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo)está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzidacobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação

4.4.3 Management
Situação: on going
Observações: Espécie ocorre em Unidades de Conservação: RPPN da Serra do Teimoso, no estado da Bahia; Reserva Florestal do Rio Doce e Estação Experimental de Coronel Pacheco, em Minas Gerais; Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Parque Nacional do Itatiaia, Estação Ecológica Estadual do Paraíso e Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro; Parque Estadual Xixová-Japuí, em São Paulo (CNCFlora, 2011).

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Presumivelmente Extinta (EX) pela Lista Vermelha da Flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Usos

Referências

- AMORIM, A.M.; JARDIM, J.G.; LOPES, M.M.M. ET AL. Angiospermas em remanescentes de floresta montana no sul da Bahia, Brasil. Biota Neotropica, v. 9, n. 3, 2009.

- ANDRICH, M. Sistema reprodutivo e polinização em duas espécies arbóreas de Bathysa (Rubiaceae). Mestrado. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Escola Nacional de Botânica Tropical), 2008.

- SOARES, M.P. Florística e fitossociologia do estrato arbóreo de floresta atlântica interiorana, Araponga, Minas Gerais. Mestrado. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2005.

- THOMAS, W.W.; JARDIM, J.G.; FIASCHI, P. ET AL. Composição florística e estrutura do componente arbóreo de uma área transicional de Floresta Atlântica no sul da Bahia, Brasil, Revista Brasileira de Botânica, v.32, p.65-78, 2009.

- GERMANO FILHO, P. Estudos taxonômicos do gênero Bathysa C. Presl (Rubiaceae, Rondeletieae) no Brasil., Rodriguésia, Rio de Janeiro, v.50, n.76/77, p.49-75, 1999.

- GERMANO FILHO, P. Bathysa (Rubiaceae). In: MELHEM, T.S.; WANDERLEY, M.G.L.; MARTINS, S.E.; JUNG-MENDAÇOLLI, S.L.; SHEPHERD, G.J.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP-Hucitec, p.273-276, 2007.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 147-155, 2005.

- SIMÕES, L.L.; LINO, C.F. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac, 2003.

- GERMANO FILHO, P. Bathysa cuspidata in Bathysa (Rubiaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil., Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB013836>.

- ZAPPI, D.; BARBOSA, M.R.V.; CALIÓ, M.F. ET AL. Rubiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.449-461, 2009.

Como citar

CNCFlora. Bathysa cuspidata in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Bathysa cuspidata>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 14/03/2012 - 19:14:23